terça-feira, 17 de agosto de 2010

Surrealismo típico de segunda-feira

Cara, eu amo meus pijamas, meus xampus, minhas meias e sabonetes.

Amo meus sticks de frango, e a maionese da minha Zium...meu s Bull-Terriers e até meu chinelo preto.

Amo tomar café com pessoas que eu gosto de estar junto, tão e somente com essas. Com as mais especiais eu tomo até chimarrão.

Gosto de chegar no domingo e ligar no som uma música qualquer, de preferência totalmente o extremo oposto do que eu gosto de ouvir...e fazer uns rituais de dança com música podre em boa compania. Acender uns incensos, empunhar a garrafa térmica e trocar idéias sobre futuro, diversão e apaixonites agudas.

O tempo passa, o dia escurece e a gente fica parado só vivendo... A gente já sabe que amanhã vai ser dia e nesse horário vai ser noite de novo... e não importa o que aconteça nesse meio tempo, a essa mesma hora vai ser noite igual, o amanhã vai sempre ser amanhã e o hoje já vai ter passado mas vai continuar existindo... Mas o bom é não pensar, tentar só não pensar, só ir vivendo e pronto...Depois se deitar e esperar chegar o dia, acordar e viver de novo tentando não pensar, como se a vida fosse eterna.

E nessa eternidade a gente vai andando, vai vivendo e não pensando. Pra não poder explorar muito esse pingo de certeza de que isso tudo um dia vai ser nada. No fundo no fundo a gente sabe disso e tem medo, esse medo a gente não quer ter, e por isso que o bom é não pensar, pra gente viver a nossa ilusão eterna.

Eu amo essa ilusão, as vezes eu não gosto muito dela mas ela faz brigadeiro quando eu estou mal e por isso a gente se da bem e eu sempre acabo achando que é bom amar ela.

Minhas mãos estão com cheiro de cebola e eu acho que nessa cebola foi botado bastante agrotóxico, estou tonta. É que a minha ilusão disse e eu acredito nela porque se eu não acreditar vai ser difícil conseguir não pensar e daí o medo me pega e aí eu já não sei...

O café já acabou e o que sobra está bem pouquinho no fundinho da caneca...Vou me deitar, no meu travesseiro que eu amo, nas minhas cobertas que eu amo e tentar não pensar. Só vou dormir e a ilusão se encarrega do resto, eu confio nela.

Eu não amo tudo mas eu gosto das pessoas, principalmente as que aceitam o brigadeiro que eu ganho da minha ilusão, sempre divido com quem quiser, fora o cheiro de cebola que fica nas mãos, é bom dormir depois de comer ele pra você não pensar muito. Aceita um brigadeiro?

Um comentário:

  1. brigadeiro com cebola
    Isso me lembra uma musica que o geraldo azevedo canta, "o amanhã é distante"

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